me consome novamente esse sentimento incessante que por mais que vá, por mais que suma, sempre retorna uma solidão incansável misturada com abstinência de algo que eu nem sei se me é bom ou ruim busco busco busco tento tento tento, mas sempre acabo no mesmo lugar por mais que tudo mude

então eu peco pela falta do que importa talvez eu esteja me culpando demais me cobrando demais em um mundo que é incapaz de ser perfeito eu procuro o equilíbrio equilíbrio que nunca chega porque se eu estou demais ali, estou pouco aqui e quando estou pouco aqui, acabo não sendo o suficiente ali um ciclo sem fim, sem meio termo

talvez eu só quisesse ser ouvida fora do meio que me adoece e me carrega pelas pernas pela cabeça e em todo lugar, aqui, ali, lá

talvez eu passe muito tempo fugindo sem sair do lugar muito tempo sonhando e nunca acordar às vezes sonho às vezes choro num pesadelo sem fim