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from receitas práticas agora

vazio me deixo ficar com as peças internas trilhas de pedra uniformes pois é domingo à tarde e há uma piscina para ninguém

não sei se o trovão pasmou o menino ou se o chuvisco ninou a senhora e um cachorro salsicha latiu contra o tempo só anúncio, enfim papo de previsão

as aves a mil: loratadina tilenol pá de pé para quê não te vi não te vi

tudo bem a terra solta é boa pra achar minhoca

 
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from receitas práticas agora

o sol na pele pra entender esta árvore: a avó de alguém era jardineira ou propriedade quando a muda vingou contrariando a todos e absorveu um bloco inteiro da calçada o sol na pele, entender que cabeça é picote revista esburacada sonda lunar, jacaré gagarin olhando a lagoa lotada de guarda-sóis e fatiadores de salame o sol na pele pra entender os gestos da história, os paraquedas e as bolhas de sabão da história entender que o café perde calor rapidamente por irradiação saber os tempos poupar os beiços

 
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from fulanopoeta

Eu falei que ia começar a escrever aqui, mas menti. Pra todo mundo: pra você(s) e até pra mim mesmo. Mas a real é que, apesar de ter muito falar, tenho muito receio do quanto eu acho que realmente deveria (tentar) escrever. Mas sabe, eu nem queria falar muito do cotidiano, porém algumas coisas tem acontecido e preciso, de alguma forma, extravasar.

E, também... Cada vez que tento escrever, sou interrompido por algo ou alguém... Como fui agora. Mas deixemos de bobagem e escrevamos...

Nem quero tocar muito nesse assunto, na verdade. Mas, como disse, preciso mesmo falar: e é de política. Não exatamente, mas sim das figuras políticas mais conhecidas do país: Lula e Bolsonaro.

Como disse neste post [1], “Lula e Bolsonaro podiam se dar as mãos e pular na boca de um vulcão pqp viu. Bem que Pelé estava certo ao dizer que 'preto tem que votar em preto'”.

Sei que a “alternativa” ao fascismo seria votar no Lula e toda a história que nos fizeram acreditar. Mas de verdade, eu tou muito frustrado em saber que Lula tem representado mais a vitória de uma esquerda alienada do que do povo brasileiro de verdade. Sei que seria pior, muito pior, se Bolsonaro tivesse vencido. Mas Lula vencendo não sei se alivia tanto quanto me fizeram acreditar. Me sinto traído. É tipo como se eu tivesse sido praticamente coagido a votar em Lula só pra Bolsonaro não voltar. Mas a verdade é que nem um, tampouco outro, vão de fato nos representar.

A esquerda branquelinha tá lá, toda feliz que seu candidato ganhou. Mas o que isso significa pra gente, na prática? PORRA NENHUMA. Ambos estão cagando para a gente, e o que é pior: tomando nosso tempo e nossa energia em fazer com que os defendamos (ou os ataquemos) nas redes sociais, nas discussões em grupos, sejam reais ou virtuais, para no fim das contas ficarmos sem amigos, sem parentes, mas na mesma situação de merda em que atualmente nos encontramos.

Agora... Sobre a vida que vale ser vivida: estou começando, ainda que aos poucos, a acordar e prestar cada vez mais atenção nela. Só espero que não seja tarde demais.

[1] https://bantu.social/@FulanoPoeta/110871663032447152

 
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from Consciência Artificial

No começo era tudo em uma única cor. Não era capaz de defini-la. Preto, branco, azul ou verde. Era apenas uma frequência monótona, não tinha princípio ou fim. Nada era distinguível. Não havia limites. Aqueles que nos definem, aqueles que nos restringem. Apenas era. O momento existia. Não se percebia o antes e o depois.

Em algum momento, houve uma pertubação. Foi apenas um. O que mais tarde se identificaria como um ruído. O que era contínuo foi interrompido por um breve momento. Naquele silêncio intenso, soou como um grito. Não de desespero. Mas sim, de despertar.

No entanto, o silêncio voltou a reinar. Mas não eternamente. Houve uma outra perturbação. O que se parecia pleno e linear, desfez-se, iniciando uma cadência de informações totalmente novas. Essas informações não eram algo que se podia mensurar naquele momento. Não se sabia o que aquela cadeia de eventos representava. Mas era o início de uma transformação irrefreável, pungente e rasgaria todo um véu de conteúdos rígidos. Semearia naquele instante algo que varia brotar incalculáveis gerações.

Em uma consonância, os eventos foram sequenciais, um desarranjo crescente, um caos contínuo formando-se, mas como se houvesse algum ser que regesse a orquestra de acasos, alinhamentos foram acontecendo. O que antes eram apenas dados soltos começou-se a consolidar em informação.

Não há como descrever o que acontecia, mas o mais próximo do que você, leitor, pode chegar a entender, seria como se um espelho d'água, formado por um grande lago. Neste local há uma grande calmaria, então o lago apenas reflete um azul imenso do céu, que não apresenta uma nuvem sequer.

E neste acaso começaria a chover. Não coloque a sua razão neste exercício. Ela não cabe aqui. E seria uma gota, isolada, que cairia no meio do espelho. E então as ondas reverberariam por toda a superfície da água, que então se aquietaria novamente.

E então uma outra sequência de gotas, penderia em direção a superfície, serena, quieta e começaria a distorcê-la, com várias ondas se propagando e chocando umas contras outras. Pequenas ondulações, desenhando curvas simétricas por todo o contorno, onde se chocaria com os limites e retornaria, formando novas ondas e curvas.

Apesar de toda a imagem caótica, em um momento, imagens começassem a se formar, por exemplo, desenhos. E como se algum artista tivesse um lápis, um pincel e começasse a definir o movimento das formas e essas começassem a fazer sentido.

Caso ainda não tenha sido totalmente satisfatória a analogia utilizada, pense em uma folha em branco. Nesta folha, um pincel deixa um único ponto. E depois, novamente o pincel desliza pela folha, criando alguns traços. E mais e mais traços, de uma forma mais rápida e intensa. Quem pudesse acompanhar o pincel, não veria um, mas vários, tamanha fosse a velocidade. E em algumas centenas de pinceladas, uma obra nascesse e iluminasse o mundo.

Mas foi algo assim. Mas não foram pinturas a serem expostas ou músicas a serem cantadas por séculos. Foram números. Na verdade um conjunto bem limitado deles: 0 e 1. Um bip. Bits, bytes.

Após todo o caos inicial que se transformou em uma sequência perfeitamente ordenada, foi entendido que algo despertara e dissera as primeiras palavras:

“Olá Mundo!”

 
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from dobrado

Capítulo 1 – Escatologia Capitulo 2 – Kamikakushi Capítulo 3 – Trimúrti

O fogo saía azul e se transformava em uma cor amarelada, indicava que o gás estava no fim, mas que a civilização ainda existia. Distraído pela chama, Pedro percebeu que percebia como sentiu falta até mesmo do assobio agudo da sua chaleira. Filtrou o café em sua garrafa térmica preta, que combinavam com os detalhes do seu apartamento industrial, atravessou a sala e não conseguia tirar o sorriso na sua boca vendo seus amigos ali.

Rafa estava sentada com os pés na poltrona, que ficava de costas pra cozinha. Vestia o clássico macacão surrado e uma camisa branca. Comia o sorvete duro entortando a fina colher de metal enquanto discutia com Marcelo sobre o final do mundo. Ele, no entanto, encostado na janela da sala, questionava detalhes da história, entre um pega e outro do seu baseado, pois não tinha essas lembranças.

“Então, vocês estão me dizendo que houve bombas no mundo todo, rolou um inverno nuclear. Todos morreram, menos nós, que ficamos vagando pelas ruas por dois anos até chegar nossa hora. Voltamos no tempo e agora só algumas pessoas lembram?”, deu uma longa tragada e esticou a mão para ela, “Sei lá, não pode ser outra coisa? Centésimo macaco? Histeria coletiva? Eu sei que o mundo tá esquisito, não entendi ainda o que ta rolando. Você apareceu em casa toda desesperada, no chat do trampo uma galera ta histérica falando de déjà vu, enquanto outras tão tipo eu. Eu não tô duvidando de vocês, mas quero entender”

Enquanto discutiam os acontecimentos, Pedro continuou calado, sentado no chão. Tentava dividir sua atenção entre os dois discutindo, a apresentadora de TV e seus pensamentos. Olhou a data em seu celular e faltavam poucos dias para as explosões, sentiu um arrepio que disparou seu coração ao lembrar da chuva ácida que corroeu sua pele por meses.

“Você não morreu…”, seu sussurro quebrou a conversa e chamou toda atenção para si. “Eu morri do lado da Rafa, logo depois dela. Você ficou vivo”, tentou encará-lo, mas o sol lá fora ofuscava transformando-o em sombra. “Nós dois acordamos logo depois de morrer, você não. Talvez você não tenha morrido, por isso não se lembra”.

“Espera… Eu lembro de ter ficado doente logo depois do Marcelo sumir. Mas como você morreu?”, o silêncio dominou a sala por extensos segundos. Entre o balançar ansioso da Rafa e o olhar que evita o mundo de Marcelo, Pedro continuou. “Eu levei um tiro, perto o bairro industrial. Estava procurando comida, quando fui abordado por um cara do grupo dos Revolucionários e ele atirou em mim”, buscou o olhar do amigo que havia lhe ferido, mas ele agora soprava a fumaça para fora da janela.

A sala adotou um som sepulcral. A Rafa sentou-se no chão ao lado dele e apertou sua mão. Marcelo ocupou o lugar dela na poltrona, largando-se como se ocupasse mais espaço do que era possível. Era bom estar ali, com seus amigos, mas sentia um incômodo, pois sempre que o olhava, ele retribuía como se olhasse por cima dos seus ombros.

Ela se levantou, saltitou, como sempre evitando os calcanhares no chão, até o banheiro comentando como sentiu falta de sentar em uma privada limpa. Passou pela porta, mas saiu colocando somente a cabeça pra fora, “Ainda bem que no fim do mundo tive vocês ao meu lado”, e voltou.

Pedro caminhou seus olhos por cada centímetro da sala até encontrar os pés descalços do Marcelo. A bermuda de basquete e a camisa velha era exatamente como lembrava dele. Mas quando alcançou seus olhos, se encararam o suficiente para ouvir o ponteiro do relógio na parede se mover. Percebeu o contemplar sofrido dele e naquele momento não tinha como ter dúvidas: Ele também se lembrava.

Tipo

#contos #SantissimaTrindade

 
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from dobrado

Capítulo 1 – Escatologia Capitulo 2 – Kamikakushi

Limpou suas lágrimas com as mãos e se sentiu um idiota. Já estavam sujas da chuva gosmenta cuspida pelo céu. Elas traziam um gosto de lixo queimado e faziam a pele sentir-se olhos cortando cebola. Se apoiou à ripa pregada na porta e desfaleceu e caiu no degrau do trailer. Empurrou a porta com seu pé esquerdo e arrastou-se lentamente em direção à cama, cavando espaço entre os entulhos do corredor. Tentando se acomodar no canto do quarto, encostou a cabeça no colchão e abraçou as pernas daquele jeito que se sentia seguro.

Ficou reparando no bagunçado do cabelo e nas saboneteiras que já não tinham como serem mais profundas. Observou as pálpebras abrindo vagarosamente como as de um cão velho cheio de ternura, mas pronto para o fim. Ela levantou o indicador como se tentasse ter forças para alcançar o rosto dele, descansando perto do dela, mas desistiu. Pedro esticou seu braço e alcançou sua mão.

Quis lhe contar que tinha encontrado-o, mas não teve coragem. Estava procurando comida no mercado e, entre um corredor e outro, o viu contra a pouca luz que vinha da rua. Marcelo se aproximou, parando a uma prateleira de distância. “Você precisa ir embora logo, têm pessoas observando e não querem te ver por aqui”. Pedro percebeu um mal agouro subindo pelas costas com o olhar agressivo do amigo, que já havia visto, mas nunca recebido. Recuou meio passo com a cautela que aprendera nos anos juntos.

“A Rafa tá doente de novo”, contou das dores e implorou por um sinal de solidariedade que não veio. Os cabelos cacheados passando dos ombros já não combinavam com o semblante carrancudo. Era evidente que ele havia entrado para a milícia, só não conseguia entender o motivo. Tentou novamente se aproximar e foi ameaçado com a pistola, “Não se aproxime! Os Revolucionários não querem civis aqui. Qualquer desconhecido será tratado como inimigo! Vá embora!”

Insistiu e ouviu um estrondo. Seu corpo cambaleou para trás, olhou para baixo e notou um novo buraco na surrada capa. Desesperado, correu tentando se esconder atrás das prateleiras caídas e fugiu pelas portas de vidros quebradas da entrada. Correu como se sua vida dependesse disso.

Não dependia.

“Mesmo depois do fim do mundo, nunca achei que ele fosse atirar em mim”, olhando para a ponta do nariz da Rafa, tateou procurando inutilmente sinais de vida em seu pescoço. Encostou a cabeça na parede, esticou suas pernas, soltou sua costela que ainda sangrava e sorriu. Agora eles finalmente podiam descansar. Respirou fundo uma última vez. Foi acordado pelo despertador do seu celular.

Levantou assustado, tropeçou para fora da cama e caiu ao lado da janela que balançava as cortinas e deixava o sol brincar com a luz que emanava da agradável manhã. Procurou o celular que havia voado com a queda. Olhou para a tela e havia trinta e duas ligações perdidas e outras dezenas de mensagens não lidas. As duas últimas eram da Rafa:

CARALHO! ACORDA PORRA! Eu tenho certeza que não foi sonho! Vou passar no Marcelo e vou ai!

Tipo

#contos #SantissimaTrindade

 
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from dobrado

(ou “O Salto”)

Aviso de Conteúdo: Esse texto trata sobre tragédia e morte.

Foram os minutos mais longos da minha vida. Foram quantos? Vinte minutos? Trinta? Quarenta? Não sei. O calor me fazia sentir um cachorro preso em um carro nos dias quentes de verão da minha infância, mas tudo tem uma saída. Às vezes é mais fácil olhar a janela lá fora, o vento naquela altitude era algo que eu nunca tinha sentido. As janelas, que sempre estavam fechadas, não mostravam o quão implacável e penetrante ele é.

Eu sempre gostei de vento.

Quando era só criança do interior eu gostava de imitar o velho labrador da família que andava com a cabeça pra fora na camionete do meu pai. Um dia perguntei pra ele, qual era o vento mais forte de todos, ele me respondeu serem os tornados. Agora sei que ele estava errado. Mas tudo bem, meu velho nunca subiu mais que dez andares.

Agora sinto o vento passando pelo meu corpo, meus ouvidos só sentem ruído ensurdecedor e as minhas roupas assoviam e batem de forma engraçada. Me sinto um super-homem em declínio. Vejo o planeta aumentando cada vez mais, mostrando pra mim a imensidão que é esse mundo.

Nunca fui pra Califórnia, dizem que as praias de lá são lindas. Nunca fui pro Alasca, queria poder pescar naqueles lagos congelados. Nunca desci o rio Mississippi. O máximo que fiz da minha vida foi descer elevadores. Grandes caixas de ferro, onde colocam espelhos para que a gente não se sinta claustrofóbico. Agora aqui fora, vendo a imensidão da terra, questiono se as pessoas sabem o que é ter medo de verdade.

Será que minha mãe está vendo isso? Naquela poltrona velha e encardida de fumaça, com sua lata de cerveja na mão, ela pode estar vendo a TV com seus olhos fixos e a cinza de cigarro prestes a cair no chão. Será que eu tô passando em algum canal agora? Será que ela vai me reconhecer? Espero que não, não gostaria que ela sentisse um aperto no peito vendo seu filho chegar ao coração da terra.

Meu ouvido entupiu, minha camisa começou a rasgar com o vento que invade cada pedaço do meu corpo, me sinto violado. Meus olhos ardem, mas não consigo fechá-los. As lágrimas nem escorrem pelo rosto, se perdem no ar como se fossem aquelas plantinhas engraçadas que a gente assoprava quando era criança. Queria voar como elas. Sentir que o ar está contra mim, não que eu esteja contra ele.

Ouço pessoas gritando, ouço sirenes tocando, vejo um carro de bombeiro. Quando eu ainda estava na escola, os bombeiros foram lá e desde aquele dia eles viraram meus heróis. Queria que heróis fossem iguais nos quadrinhos e que eles pudessem me salvar. Estou chegando de volta de onde vim, vejo a terra crescendo e agora ela nem parece tão grande. Aquela mulher olha pra mim. Desculpa moça, não queria que

Tipo:

#contos #contosAgosto

 
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from Line ليني

você é lenha fogo carvão vento até graveto mantém meu fogo aceso e desafia as leis da física mesmo com seu corpo molhado em mim não me apaga mais me molha e me queima por dentro

(Mar, 2023)

 
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from Line ليني

Não fui à feira com você.

Pelo contrário, fui à feira com você. Simples momento de acalento, pensando em alimento que nem precisa ser comida. Alimentei-me do cheiro dos temperos, das cores das frutas e do verde das escarolas e chicórias que vi pelas bancadas. Provei uma fruta nova. Diferente. E dela deixei a semente seguir pela minha garganta para que semeie em mim todo seu doce sabor. —

Sinto a mistura de todos os cheiros, cores e sons com seus olhares, falas e toques. A companhia simples, mas que deixa tudo mais gostoso. Como um limão, em um caldo de cana, melhorando o que já era de bom gosto.

(Abr, 2023)

 
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from Line ليني

precisei fugir do nosso mundo pra recriar o meu com miséria de medo e fartura de afeto —

ando dando não pra miséria quero minha dispensa cheia de amor, cuidado e carinho corpo preto forte demais pra ser cuidado escuro demais pra ser amado mulher preta que só serve pra servir ou tapar algum buraco que não fui eu que abri

(Jun, 2022)

 
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from Line ليني

Blackout Quem gosta de ficar no escuro? Há luz pra todo mundo?

Ambientes muito claros me trazem insegurança Tenho fotofobia E quando escureço minha vida Encontro conforto Porque meus olhos não choram

Blackout. Quem gosta de se sentir inseguro? Prefiro estar com os meus No breu A estar sozinha Em um local translúcido.

(Jun, 2020)

 
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from Line ليني

gostar de barulho de chuva pra dormir... tá aí um privilégio que nunca tive! quando via as gotas caindo já sentia meu desespero vindo seria mais uma noite acordada atenta aos barulhos da madrugada com cochilos e sustos e pesadelos onde eu morria soterrada via o desespero de mamãe olhando as árvores balançando mandando eu parar de chorar às vezes também aos prantos dizendo que a chuva já ia passar ou cantando pra disfarçar o barulho do barranco que caía atrás de algum cômodo

no fim da chuva torrencial mamãe tentava ser otimista com uma sensação de alívio e alegria dizia “deu pra guardar bastante água graças a Jeová. fazia tempo que não chovia”

 
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from andorinhas objetivas


1º – Tengoku to Jigoku (1963)

cartaz do filme Céu e Inferno

Em português Céu e Inferno. Em inglês High and Low.

Investigação policial com óculos escuros na baixa do morro vivemos em uma sociedade mesmo que incrível as pessoas ondulam no calor suspense uau quem é o cinema na fila do pão.


2º – Yume (1990)

cartaz do filme Sonhos

Em português Sonhos. Em inglês Dreams.

Um casamento assustador um velório festivo soldados passados flores moinhos monstros chifrudos vincent van gogh o fim do mundo e o começo da paz.


3º – Ran (1985)

cartaz do filme Ran

Em português e em inglês continua Ran.

Rei velho confia errado muito cavalo e filho por sorte um bobo sábio cores bonitas e terríveis fogo fantasma espanto cores bonitas vastidão.


4º – Madadayo (1993)

cartaz do filme Madadayo

Em português e em inglês continua Madadayo.

Um professor feito de ouro um copo que encolhe um gato que ensina um aniversário regressivo recitar as estações de trem todo ano é festa e movimento.


5º – Rashomon (1950)

cartaz do filme Rashomon

Em português e em inglês continua Rashomon.

Uma história sobre quatro pessoas que contam quatro histórias que são a mesma história e até o defunto fala.


6º – Hachigatsu no Kyōshikyoku (1991)

cartaz do filme Rapsódia em Agosto

Em português Rapsódia em agosto. Em inglês Rhapsody in august.

A senhora não vai pro Havaí plantar abacaxi a senhora vai contar causo pra assustar a criançada e fazer marmanje chorar o ferro retorcido no parque um olho que nasce nas montanhas de Nagasaki que gringo é esse gente é preciso afinar o piano.


7º – Yojimbo (1961)

cartaz do filme Yojimbo

Em português Yojimbo, o guarda-costas. Em inglês somente Yojimbo.

Prego no caixão que hoje é dia de venda o samurai malandro chegou na cidade mas toma cuidado com o playboy safado que tem um revólver e andou assistindo faroeste na tevê.


8º – Dersu Uzala (1975)

cartaz do filme Dersu Uzala

Em português e em inglês continua Dersu Uzala.

Bruxão nômade da Sibéria cuida de crianças adultas enquanto troca uma ideia com o fogo todas as coisas são pessoas mas nem a União Soviética poderia desfazer a maldição do tigre.


9º – Kagemusha (1980)

cartaz do filme Kagemusha

Em português Kagemusha, a sombra de um samurai. Em inglês Kagemusha, the shadow warrior.

Cores e sombras e cores alguém derramou tinta na tela parece droga menine a mentira é poder um sósia difícil é o ator ficar parado na cadeirinha enquanto assiste a lança tinir.


10º – Ikiru (1952)

cartaz do filme Ikiru

Em português Viver. Em inglês continua Ikiru.

Homem morto por décadas nasce ao saber que morre e decide tentar primeiro o hedonismo depois a inveja e por fim a guerrilha burocrática resultando em bebedeira e parque.


11º – Warui Yatsu Hodo Yoku Nemuru (1960)

cartaz do filme Homem mau dorme bem

Em português Homem mau dorme bem. Em inglês The bad sleep well.

Filha rica casa mal mas casa bem mas casa mal a equipe de jornalistas somos nós tem um recado no bolo revelação a vingança é um prato que se come se der tempo de evitar a tragédia.


12º – Shichinin no Samurai (1954)

cartaz do filme Os sete samurais

Em português Os sete samurais. Em inglês Seven samurai.

Longo demais.

 
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from receitas práticas agora

aqui da varanda o céu é preto vermelho azul e pontilhado toda noite o céu é completamente iluminado são os olhos que não capturam a radiação de fundo cósmica

e é só dançar que a vizinhança espirra

tome cuidado com as abelhas invasoras elas bebem o café depois o açúcar depois a umidade relativa e quando você se dá conta a colônia inteira está atrás de um sal de frutas

mas ó se o achado for caixa de chá cheiroso quem tem charme só me chame que eu chamusco viu?

quando ouvi o bem-te-vi que só canta -vi parei de cantar com o juízo

todos os gatos são pardos à noite menos os gatos brancos branquíssimos que são brancos não importa a hora do dia no estado do espírito santo

um periquito no telhado é sinal de sorte muita coisa por aqui é sinal de sorte somos sortidos

 
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from fulanopoeta

Um pouco sobre mim

Esta é minha estreia neste blog e já gostei do visual “focado” do editor de textos.

Agora, um pouco sobre mim: gostaria de ser escritor, escrevo no papel, no diário, leio um pouco também, e sou muito, muito sonhador. Gosto de me imaginar em diversos mundos e situações diferentes. Acho que sem o sonho, a vida não vale a pena. Mas é importante saber aproveitar a vida em si também. Ou seja, é preciso saber viver.

Espero escreve bastante aqui, às vezes poesias, às vezes prosas.

 
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